terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Diretor geral da Águas do Brasil, responsável pelo abastecimento em Friburgo: A gente passa a repensar como o ser humano está tratando a natureza


Trabalhadores da Águas de Friburgo. Foto: divulgação


RIO - Seis estações de tratamento de água entupidas pela lama, por pedras e galhos de árvore, energia elétrica cortada e milhares de pessoas em meio ao caos. Essa foi a situação que o engenheiro civil Cláudio Abduche encontrou na quarta-feira passada em Friburgo, de onde retornou no domingo.
- Parecia que uma grande tsunami havia passado pelo lugar. Nunca vivenciei nada parecido -, diz ele, que, com 27 anos de profissão, participou de obras de grande porte, como a construção da Linha Vermelha.
Abduche é diretor geral da Águas do Brasil, que tem entre suas concessionárias a Águas de Friburgo. Para enfrentar a situação, a empresa montou uma operação de emergência, ampliando de 280 para 400 o número de profissionais atuando na região. Funcionários de Campos, Resende, Niterói e Petrópolis, e até o departamento de Recursos Humanos. foram deslocados para Friburgo.
A logística para manter o pessoal no município incluiu o aluguel de uma pousada - já que o alojamento da empresa não é suficiente - e a viagem diária até Niterói para a compra de alimentos. As refeições estão sendo preparadas na cozinha da empresa, onde há um refeitório.
Um dos momentos mais críticos para as equipes da concessionária - que teve um de seus funcionários entre os mortos pela enxurrada - foi a tentativa de chegar até a estação de Rio Grande de Cima, a maior delas, localizada no bairro São Geraldo.
- Ali, a estrada desapareceu após a queda de várias barreiras. Tivemos de refazer a estrada - conta o executivo.
Vontade de ajudarAssim como o cenário desolador, também chamou a atenção do engenheiro nos últimos dias a mobilização popular para socorrer as famílias desabrigadas.
- O voluntariado, essa vontade de ajudar as pessoas em dificuldade, me impressionou muito. Toda essa situação também faz pensar sobre como o ser humano está tratando a natureza - destaca.
Os técnicos, mesmo sem querer, também acabam sendo voluntários, quando ouvem os relatos dos desabrigados enquanto fazem seu trabalho.
- Acho importante fazer com que essas pessoas (as vítimas) falem sobre o que estão passando - diz Abduche, que defende a criação no país de "mecanismos que possam minimizar essas tragédias".

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