quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Pesca mais limpa e econômica


Biodiesel produzido a partir do óleo de fritura é usado para abastecer embarcações de pesca artesanal no litoral catarinense. A iniciativa reduz os custos de produção dos pescadores e ajuda a preservar o ambiente.
Por: Katy Mary de Farias

Pesca mais limpa e econômica
Um dos barcos de pesca artesanal abastecidos com B50, mistura de 50% diesel e 50% de biodiesel, na praia de Pinheira, Santa Catarina. (foto: Unisul/ Divulgação)
Uma parceria entre a Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) e o Projeto Criar, Educar e Preservar (ProCrep) vem rendendo bons frutos para pescadores da praia da Pinheira, no município de Palhoça (SC).
Em 2008, a universidade criou, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), um projeto de produção de biodiesel a partir do óleo de fritura descartado em restaurantes locais para abastecer embarcações de pesca artesanal.
Em novembro de 2009, quando a usina começou a operar, o biodiesel produzido abastecia o trator que coletava óleo de fritura e outros resíduos recicláveis e era usado para testes nas embarcações.
Hoje, cinco embarcações são abastecidas com B50 (50% diesel e 50% de biodiesel), cujo litro custa R$ 1,20 para o pescador; na região, a mesma quantidade de diesel não sai por menos de R$ 2. A meta para 2011 é de que pelo menos 15 barcos utilizem o B50.

Impacto social

O projeto, que recebeu em 2010 o Prêmio Santander de Universidade Solidária, conta com a participação de cinco professores e 10 alunos da Unisul, além da colaboração de 30 associados da ProCrep.
“Nossa meta é construir com eles o conhecimento de algo que possa lhes garantir um futuro de prosperidade”
De acordo com a química da Unisul Elisa Moecke, coordenadora do trabalho, a ideia é continuar dando suporte à comunidade até que ela consiga caminhar sozinha. “Nossa meta é construir com eles o conhecimento de algo que possa lhes garantir um futuro de prosperidade.”
No verão, a usina atinge o máximo de sua produção: 2.400 litros mensais. Ao final da temporada, quando o movimento nos restaurantes diminui, esse número cai para 800 litros mensais.
Moecke acredita que a produção de biodiesel a partir de recursos naturais pode ser excelente alternativa para reduzir índices de pobreza, principalmente no interior do país

Da cozinha para o tanque de combustível


Produção de biodiesel a partir do óleo de fritura pode ser boa alternativa para reduzir o impacto ambiental causado pelos combustíveis fósseis.
Por: Katy Mary de Farias

Da cozinha para o tanque de combustível
Miniusina onde ocorre a transesterificação, processo muito usado hoje na produção de biodiesel. Cada litro de óleo que entra no equipamento rende cerca de 850 ml de biodiesel, aproveitamento considerado ótimo por especialistas. (foto: Arquivo Socialtec)
Em Porto Alegre, parte do óleo vegetal usado em frituras está ganhando um destino bem mais nobre. Em vez de ir para encanamentos, tubulações de esgoto, rios e solo, o produto se transforma em biodiesel (combustível alternativo e não poluente produzido a partir de recursos naturais). A ideia foi da empresa Socialtec/Pró Meio Ambiente, instalada na incubadora Raiar, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), que apoia projetos de pesquisa e desenvolvimento da instituição.
“Nosso objetivo não é só mitigar o impacto ambiental que o óleo de fritura causa quando lançado na água ou no solo”, diz o químico Ronaldo Silvestre da Costa, coordenador do projeto. “Pretendemos também inserir a comunidade em projetos sociais”, completa. Por isso, segundo ele, é essencial a parceria com escolas, restaurantes, universidades, prefeituras, coletores de lixo reciclável, cooperativas etc.
Um litro de óleo pode render até 850 ml de biodiesel
O óleo coletado pela instituição vai para o Centro Social Marista de Porto Alegre, onde é limpo por meio de decantação e filtrado para a retirada de resíduos. Costa relata que a maior parte do que é adquirido chega em bom estado. Após a limpeza, o produto é colocado em um reator e submetido ao processo químico de transesterificação (ou alcoólise). O nome é complicado, mas a operação nem tanto.
A transesterificação, processo mais usado hoje na produção de biodiesel, é feita via ‘batelada’ (ação não contínua e repetitiva em que todos os reagentes são reunidos de uma só vez), à temperatura de 60 graus. Óleo e álcool (metanol) são misturados, e a mistura é catalisada por soda cáustica e purificada por magnesol. Um litro de óleo pode render até 850 ml de biodiesel. Esse rendimento é considerado muito bom pelos especialistas.
Recipiente para coleta de óleo de fritura
Recipiente para coleta de óleo de fritura. O produto, em vez de ser descartado na natureza, poluindo-a, dá origem a biocombustível. (foto Arquivo Socialtec)
Após a reação, o biodiesel é separado da glicerina que se forma no processo. Considerada um coproduto, ela é aproveitada em outros projetos da Socialtec. A glicerina tem ampla gama de aplicações (na produção de detergentes, cosméticos e medicamentos, por exemplo), mas pode causar danos sérios e irreversíveis se for lançada na natureza de modo irresponsável.
A Socialtec produz hoje cerca de 2 mil litros de biodiesel por mês. Uma parte abastece a frota da empresa que fabrica o equipamento responsável pela transesterificação, e a outra vai para o tanque dos veículos em teste no Laboratório de Motores e Componentes Automotivos do curso de Engenharia Mecânica da PUCRS. Um dos estudos feitos nesse laboratório avalia o desempenho da mistura diesel-biodiesel.
A combinação entre ambos é marcada pela letra B, de blend (que significa ‘mistura’, em inglês). À letra, acrescenta-se o número correspondente ao percentual de biodiesel misturado ao diesel. No Brasil os postos já oferecem a mistura B5 (5% de biodiesel e 95% de diesel), embora essa meta tenha sido projetada para 2013.

Natureza e sociedade agradecem

Fonte renovável e não poluente: essa é apenas uma das vantagens do biodiesel, obtido de óleos vegetais (como os de soja, girassol, milho, canola, amendoim e mamona) ou gordura animal. Sua produção pode também ser fonte de renda para comunidades carentes. Em Santa Catarina, um grupo de pescadores tem abastecido suas embarcações com biodiesel B50, reduzindo custos de produção e mantendo o local, uma área ambiental protegida, ainda mais preservado.
O biodiesel é menos prejudicial ao meio ambiente por não conter enxofre em sua composição, ser biodegradável e emitir gases do efeito estufa em volumes muito inferiores aos lançados pelo diesel ou qualquer outro combustível derivado de petróleo. “No caso do enxofre, a redução chega a 100%”, lembra Costa.
No caso da mistura usada no Brasil, não há qualquer necessidade de adaptação nos motores dos veículos
Quanto aos supostos problemas que o biodiesel causa no motor de um carro – exigindo possíveis adaptações –, o engenheiro Carlos Alexandre Santos, coordenador do curso de Engenharia Mecânica da PUCRS, diz que tudo depende da mistura entre os combustíveis. Segundo ele, usualmente as misturas são feitas em proporções volumétricas que variam de 5% a 20% de biodiesel. “No caso da mistura B5, usada no Brasil, não há qualquer necessidade de adaptação nos motores”, garante.
O uso de biodiesel, esclarece Santos, pode reduzir a potência do veículo em 5% e aumentar o consumo de combustível em aproximadamente 2%. “São percentuais muito toleráveis se considerarmos os benefícios que o biodisel oferece ao meio ambiente.” Santos acredita que em até sete anos os postos de abastecimento brasileiros já terão bombas com 100% de biodisel (B100).

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Salvador recebe reunião do 2º Encontro da Rede Latino-Americana de Cidades

capital baiana receber�o evento
Primeira capital do Brasil, Salvador receberá o evento/Foto: Manu Dias/Agecom
O comitê organizador do segundo Encontro da Rede Latino-Americana por Cidades Justas e Sustentáveis estará reunido em Salvador nos dias 27 e 28 de janeiro (próxima quinta e sexta-feira, respectivamente) para participar do encontro preparatório do grande evento, que também será realizado na capital baiana nos dias 29 a 31 de março.
A reunião preparatória será no Hotel Catussaba Bussines, onde será tratado o avanço dos trabalhos das atuais Comissões da Rede (Conhecimento, Governança e Conceitual) e questões ligadas à preparação, tais como definição do programa, orçamento, recursos, convocação e logística.
O segundo  Encontro da Rede Latino-Americana de Cidades Justas e Sustentáveis reunirá cerca de 50 cidades que estão implementando iniciativas relacionadas a qualidade de vida urbana por meio do controle público. O objetivo do evento é a troca de informações, com conhecimentos e experiências entre os integrantes para promover o aprendizado mútuo, o apoio e o fortalecimento das experiências locais em toda a America Latina.
Uma das novidades do encontro será a presença de representantes do Grupo Impulsor do Movimento Nossa Salvador, organização que está atualmente em fase de estruturação e que submeteu a candidatura da capital da Bahia para sediar o evento.
O Movimento Nossa Salvador foi inspirado na experiência bem sucedida do Movimento Bogotá Como Vamos e nas iniciativas mais recentes das cidades brasileiras de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Luiz, Recife, dentre outras. Com esta iniciativa, busca-se incorporar a cidade de Salvador à Rede Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis.
A Rede Latino-Americana
Países como Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru integram a Rede Latino-Americana por Cidades Justas e Sustentáveis, criada em 2008. O objetivo geral da iniciativa é buscar a participação social para comprometer os governos e a própria população com cidades mais justas, democráticas e sustentáveis. Geralmente, os movimentos reúnem organizações sociais, empresarios, universidades e cidadãos para compor uma força política local, de caráter apartidário e inter-religioso.
A partir de experiências concretas de sucesso com o uso de indicadores para monitorar as políticas públicas, pesquisas de opinião com moradores e o acompanhamento de metas de gestão dos governos e dos orçamentos locais, as práticas vem se replicando e se fortalecendo à medida que mais cidades se somam à rede. As trocas de experiências são feitas por meio de encontros presenciais e virtuais, além de divulgação em sites, blogs e mídias sociais, como o Ning, por exemplo.
No Brasil, o Movimento Nossa São Paulo (atual Rede Nossa São Paulo) foi o primeiro a atuar e se tornou um dos impulsionadores tanto da Rede Latino-Americana quanto da Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis, juntamente com a Fundação Avina. Na América Latina, a primeira iniciativa foi o Programa Bogotá Como Vamos, criado em 1997, na capital da Colômbia.
Os objetivos gerais das redes e de seus integrantes são buscar a participação social para comprometer os governos e a própria população com cidades mais justas, democráticas e sustentáveis. Geralmente, os movimentos reúnem organizações sociais, empresarios, universidades e cidadãos para compor uma força política local, de caráter apartidário e inter-religioso.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Proteção antes e depois da infecção


Em teste com ratos, nova vacina mostra-se capaz de evitar a tuberculose mesmo em indivíduos já infectados que ainda não desenvolveram a doença. A expectativa é que ela esteja disponível ao público em 2020.
Por: Catarina Chagas

Proteção antes e depois da infecção
Radiografia de paciente com tuberculose. Nova vacina, ainda em fase de testes com ratos, é capaz de prevenir a doença e evitar a sua manifestação em pacientes já infectados. (foto: Sinc)
Geralmente, quando se fala em vacina, a ideia é prevenir a contração de doenças. Pesquisadores do Instituto Statens Serum, na Dinamarca, porém, trabalham no desenvolvimento de uma vacina que funciona para proteger tanto pessoas nunca infectadas pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, causadora da tuberculose, quanto indivíduos que já carregam o microrganismo sem desenvolver a doença.
A estratégia é importante porque uma particularidade da M. tuberculosis é a sua capacidade de corromper a resposta imune do hospedeiro e estabelecer uma infecção latente, sobrevivendo no ambiente intracelular por vários anos. Essa infecção ‘adormecida’ pode se transformar em doença quando ocorre um problema com o sistema imunológico do hospedeiro, como no caso de portadores da Aids.
As candidatas a vacinas contra tuberculose que estão na fase de ensaios clínicos são vacinas profiláticas
Em artigo publicado esta semana na Nature Medicine, os pesquisadores apresentam os resultados positivos da nova vacina em testes com ratos – uma das etapas iniciais de avaliação do novo imunizante, antes que este seja testado em humanos.
Até agora, as candidatas a vacinas contra tuberculose que estão na fase de ensaios clínicos são vacinas profiláticas, ou seja, desenhadas para atuar em pessoas que ainda não tiveram contato com o agente infeccioso.

Método inovador

A novidade da nova vacina está na aplicação de antígenos – trechos capazes de estimular a reação do sistema imunológico – específicos para combater, além da infecção inicial, a M. tuberculosis latente.
Esses antígenos foram inseridos no DNA da bactéria Escherichia coli, que, por sua vez, foi injetada em ratos. Os testes mostraram que, após a exposição dos animais ao agente causador da tuberculose, a vacina foi capaz de controlar a reativação da M. tuberculosis – prevenindo a manifestação da doença – e reduzir a quantidade dessas bactérias no organismo – diminuindo as chances de transmissão da infecção.
Bactéria E. coli
Micrografia eletrônica de um aglomerado de bactérias 'Escherichia coli', ampliada 10.000 vezes. Pesquisadores dinamarqueses inseriram no DNA da bactéria antígenos específicos para combater a tuberculose em fase inicial e latente. (foto: Eric Erbe e Christopher Pooley / USDA, ARS)
Atualmente, a única vacina disponível contra a tuberculose é a BCG, que protege as crianças apenas contra as formas raras da doença – e que não é capaz de evitar completamente as infecções latentes.
“Esperamos que a nova vacina seja eficaz contra todos os tipos de tuberculose e que impeça a manifestação de infecções latentes em caso de imunossupressão”, afirma Peter Andersen, um dos autores do artigo. “Acreditamos que ela possa estar disponível para o público em 2020”, acrescenta.

Na China, coelho é 'estímulo' para que filhotes de tigre virem caçadores


Funcionários de zoológico colocaram animal no cercado dos felinos.
Objetivo era 'estimular' os instintos caçadores dos tigres, segundo eles.

Do G1, com Reuters
Um filhote de tigre encara um coelho no zoológico da floresta Jiufeng, em Wuhan, na província chinesa de Hubei.Um filhote de tigre encara um coelho no zoológico da floresta Jiufeng, em Wuhan, na província chinesa de Hubei. (Foto: Reuters)
O coelho foi colocado na jaula como um 'treinamento' para estimular os instintos caçadores de dois pequenos felinos, segundo a mídia local. Mais ágil, ele sobreviveu aos 'ataques' dos filhotes.O coelho foi colocado na jaula como um 'treinamento' para estimular os instintos caçadores de dois pequenos felinos, segundo a mídia local. Mais ágil, ele sobreviveu aos 'ataques' dos filhotes. (Foto: Reuters)

Cirurgia pioneira 'cura' depressão aguda de britânica


Sheila Cook, de 62 anos, sofreu por uma década com o problema, que a levou a se aposentar precocemente e a pensar em suicídio.

Da BBC
Uma mulher britânica que sofreu por quase uma década de depressão aguda conseguiu conter o problema graças a uma cirurgia pioneira realizada por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Bristol.
A depressão levou Sheila Cook, de 62 anos, a se aposentar precocemente e a deixou incapaz de se vestir ou de se alimentar sozinha. Pensamentos sobre suicídio passaram a ser frequentes.
Mas a operação realizada no hospital Frenchay, em Bristol, restaurou sua vontade de viver.
A técnica, chamada de estimulação cerebral profunda, envolve o uso de fios e eletrodos implantados no cérebro por meio de furos abertos no crânio.
Os eletrodos são ligados a uma bateria que envia pequenas quantidades de eletricidade para estimular ou inibir o funcionamento de áreas específicas do cérebro, responsáveis pelo controle das emoções.
Técnica envolveu o implante de fios e eletrodos no cérebro da pacienteTécnica envolveu o implante de fios e eletrodos no cérebro da paciente (Foto: BBC)
'Túnel escuro'
Os pesquisadores da Universidade de Bristol estão analisando os efeitos de estímulos em duas áreas diferentes do cérebro com oito pacientes diferentes.
Sheila Cook foi a primeira paciente a passar pela operação, que teve bons resultados iniciais.
'Eu somente queria que a vida terminasse. Era como estar em um túnel escuro, mas em vez de luz no fim do túnel, havia apenas escuridão', disse ela.
'Eu de repente acordei uma manhã e vi que me sentia diferente, que queria me levantar, queria fazer coisas. Minha visão sobre a vida mudou completamente', disse.
Apesar da melhora inicial, Cook teve uma recaída posterior e acabou passando por uma operação mais radical, numa técnica também pioneira, na qual uma área do cérebro foi danificada para inibir seu funcionamento.
Mas a equipe de pesquisadores esperam desenvolver a técnica de estimulação cerebral profunda para que ela tenha efeito duradouro ou definitivo e evite a necessidade de novas operações, como no caso de Cook.
A paciente Sheila Cook, que teve bom resultado inicial

Cientista propõe comer insetos como fonte alternativa de proteína


Insetólogo diz que ocidentais deveriam adotar prática, comum nos trópicos, para suprir demanda de carne sem danos ao ambiente.

Da BBC
Prática pode ajudar a solucionar crise dos alimentosPrática pode ajudar a solucionar crise dos
alimentos (Foto: Reuters)
Um insetólogo holandês vem fazendo uma campanha para convencer o mundo ocidental a adotar um costume que, segundo ele, é bastante comum nos trópicos: comer insetos (prática conhecida como entomofagia) como fonte alternativa e sustentável de proteína.
A proposta de Arnold van Huis, detalhada em artigo publicado na revista "The Scientist", não é nova.
Em 1885, o insetólogo britânico Vincent M. Holt escreveu um pequeno livro intitulado "Why not eat insects?" (em tradução livre, por que não comer insetos?).
Os argumentos dos dois especialistas, no entanto, ganham força num momento em que o mundo procura soluções para a crise dos alimentos.
Na Grã-Bretanha, um estudo sobre alimentos e o futuro da agricultura encomendado pelo governo e divulgado nesta semana pede ação urgente para evitar a fome global.
Segundo o relatório, dentro de 20 anos, serão necessários 40% mais alimentos, 30% mais água e 50% mais energia para suprir as necessidades da população do planeta.
O sistema atual de produção, além de não ser sustentável, não será capaz de suprir a demanda, argumentam os autores do estudo, realizado pelo centro de estudos Foresight.
Relatórios como esse tendem a ser usados como base para argumentos a favor do uso de técnicas de engenharia genética para produzir alimentos.
A saída oferecida por van Huis, da Wageningen University, na Holanda, é mais direta e evita a questão polêmica dos transgênicos.
Nutritivos
Em entrevista por e-mail à BBC Brasil, o insetólogo não quis recomendar um inseto em especial, dizendo que tudo depende da forma como são preparados.
Ele disse que algumas espécies têm sabor semelhante ao das oleaginosas (como o gergelim, por exemplo) e ressaltou que nem todas as espécies são comestíveis, já que algumas são venenosas.
"Insetos venenosos são consumidos nos trópicos, mas a população local sabe como lidar com isso, removendo o veneno", explicou.
Quanto ao seu valor nutritivo, a carne do inseto é comparável às tradicionais, como a de porco, vaca, carneiro e peixe.
Segundo van Huis, o conteúdo proteico de um inseto varia entre 30 e 70%, dependendo da espécie.
Eles também são ricos em ácidos graxos essenciais e vitaminas, especialmente as do complexo B.
Em seu artigo, o insectólogo diz que mais de mil espécies de insetos são comidas nos países tropicais, entre elas, larvas de borboleta, gafanhotos, besouros, formigas, abelhas, cupins e vespas.
E as baratas? Elas também são comestíveis?
Van Huis disse à BBC Brasil que, em suas viagens, nunca viu ou ouviu relatos de pessoas comendo baratas. Mas acrescentou:
"Um colega, que está fazendo um inventário de insetos comestíveis, encontrou baratas comestíveis."
Em seu artigo na revista "The Scientist", Van Huis escreve, no entanto, que os ocidentais se enganam quando pensam que os povos dos trópicos comem insetos porque estão passando fome.
"Pelo contrário", ele diz. "Um petisco de inseto é com frequência considerado uma iguaria."
Este seria o caso, no Brasil, da formiga tanajura. Segundo especialistas brasileiros, essa formiga, fêmea ovada das saúvas, é considerada uma verdadeira guloseima no Brasil.
Crise da Carne
Segundo o insectólogo, o consumo mundial de carne quase triplicou desde 1970 e deve dobrar até 2050.
Ele diz que 70% da terra cultivada já é usada para alimentar rebanhos. Van Huis diz que uma intensificação ainda maior na pecuária em escala industrial poderia aumentar os custos para o meio ambiente e para a saúde.
Criações de rebanhos de grande densidade favorecem o surgimento de doenças.
Rebanhos consomem grandes quantidades de água e emitem grandes quantidades de gases responsáveis pelo efeito estufa - como o gás metano, por exemplo.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), as criações de rebanhos respondem por 18% das emissões desses gases.
Cupins, baratas e certas espécies de besouro também produzem metano, mas a maioria dos insetos comestíveis, não.
E a carne de insetos ainda apresenta uma outra vantagem em relação à carne tradicional, explica van Huis.
'Eles convertem o alimento em massa corporal de maneira mais eficiente', diz o especialista. 'Para produzir 1 kg de carne, grilos precisam de 1,7 kg de alimento. Muito menos do que o frango (2,2 kg), o porco (3,6 kg), o carneiro (6,3 kg) e a vaca (7,7 kg).
Portanto, por que não comer insetos?, ele pergunta.
E conclui seu artigo sugerindo que governos e empresas deveriam explorar o incrível potencial dos insetos como fonte de carne, promovendo essa indústria. "No sul da África", ele diz, "este já é um negócio de US$ 85 milhões."
Brasil
Em declaração à BBC Brasil, o biólogo Eraldo Medeiros Costa Neto, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), na Bahia, disse concordar positivamente com a proposta de van Huis.
"No entanto, muitas espécies de insetos apresentam compostos farmacologicamente ativos e, assim, os efeitos tóxicos potenciais dos insetos comestíveis precisam ser investigados com mais atenção", acrescentou.
Costa Neto explica que a FAO está realizando um inventário das atividades relacionadas ao consumo de insetos pelo homem.
"A FAO acredita que o papel específico dos insetos comestíveis e seu potencial na segurança alimentar, qualidade dietética e alívio da pobreza está severamente subestimado", diz o biólogo.
"Com esse inventário, será formulada uma estratégia para promover o consumo de insetos em nível mundial."
Pesquisas feitas por Costa Neto no Brasil revelaram que insetos fazem parte da dieta de vários grupos indígenas, comunidades urbanas, populações ribeirinhas do Amazonas, grupos de pastores e de pescadores e comunidades afro-brasileiras.
O cardápio desses grupos inclui pelo menos 135 tipos de insetos.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Belo Monte: precisamos virar essa história!



Reproduzo aqui o texto muito bom do pessoal do Avaaz.org. Assinem a petição, façamos pressao, não podemos deixar que empresas e corruptos lucrem em cima da destruição da biodiversidade, extinção de espécies e alagamento/secas de regiões que irão prejudicar milhares de pessoas.
O Presidente do IBAMA se demitiu na quarta-feira passada devido à pressão para autorizar a licença ambiental de um projeto que especialistas consideram um completo desastre ecológico: o Complexo Hidrelétrico de Belo Monte. A mega usina de Belo Monte iria cavar um buraco maior que o Canal do Panamá no coração da Amazônia, alagando uma área imensa de floresta e expulsando milhares de indígenas da região. As empresas que irão lucrar com a barragem estão tentando atropelar as leis ambientais para começar as obras em poucas semanas.
Abelardo Bayma Azevedo, que renunciou à Presidência do IBAMA, não é a primeira renúncia causada pela pressão para construir Belo Monte. Seu antecessor, Roberto Messias, também renunciou pelo mesmo motivo ano passado, e a própria Marina Silva também renunciou ao Ministério do Meio Ambiente por desafiar Belo Monte.
A Eletronorte, empresa que mais irá lucrar com Belo Monte, está demandando que o IBAMA libere a licença ambiental para começar as obras mesmo com o projeto apresentando graves irregularidades. Porém, em uma democracia, os interesses financeiros não podem passar por cima das proteções ambientais legais – ao menos não sem comprarem uma briga.
A hidrelétrica iria inundar 64.000 hectares da floresta, impactar centenas de quilômetros do Rio Xingu e expulsar mais de 40.000 pessoas, incluindo comunidades indígenas de várias etnias que dependem do Xingu para sua sobrevivência. O projeto de R$30 bilhões é tão economicamente arriscado que o governo precisou usar fundos de pensão e financiamento público para pagar a maior parte do investimento. Apesar de ser a terceira maior hidrelétrica do mundo, ela seria a menos produtiva, gerando apenas 10% da sua capacidade no período da seca, de julho a outubro.
Os defensores da barragem justificam o projeto dizendo que ele irá suprir as demandas de energia do Brasil. Porém, uma fonte de energia muito maior, mais ecológica e barata está disponível: a eficiência energética. Um estudo do WWF demonstra que somente a eficiência poderia economizar o equivalente a 14 Belo Montes até 2020. Todos se beneficiariam de um planejamento genuinamente verde, ao invés de poucas empresas e empreiteiras. Porém, são as empreiteiras que contratam lobistas e tem força política – a não ser claro, que um número suficiente de nós da sociedade, nos dispormos a erguer nossas vozes e nos mobilizar.
A construção de Belo Monte pode começar ainda em fevereiro.O Ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, diz que a próxima licença será aprovada em breve, portanto temos pouco tempo para parar Belo Monte antes que as escavadeiras comecem a trabalhar. Vamos desafiar a Dilma no seu primeiro mês na presidência, com um chamado ensurdecedor para ela fazer a coisa certa: parar Belo Monte.
Acreditamos em um Brasil do futuro, que trará progresso nas negociações climáticas e que irá unir países do norte e do sul, se tornando um mediador de bom senso e esperança na política global. Agora, esta esperança será depositada na Presidente Dilma. Vamos desafiá-la a rejeitar Belo Monte e buscar um caminho melhor. Nós a convidamos a honrar esta oportunidade, criando um futuro para todos nos, desde as tribos do Xingu às crianças dos centros urbanos, o qual todos nós podemos ter orgulho.
A mudança de Presidência do IBAMA poderá abrir caminho para a concessão da licença – ou, se nós nos manifestarmos urgentemente, poderá marcar uma virada nesta história. Vamos aproveitar a oportunidade para dar uma escolha para a Presidente Dilma no seu pouco tempo de Presidência: chegou a hora de colocar as pessoas e o planeta em primeiro lugar. Assine a petição de emergência para Dilma parar Belo Monte – ela será entregue em Brasília, vamos conseguir 300.000 assinaturas.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Os problemas do Álcool frente às energias renováveis

Os problemas do Álcool frente às energias renováveis
A substituição do combustível derivado do petróleo ainda é um desafio, mas no mercado, podemos ver um aumento considerável na produção e distribuição do álcool, na verdade o etanol, assim entitulado recentemente. Esse recurso, que além de ser renovável por ser derivado da cana de açúcar (Brasil), milho (EUA) e batata doce (UE), tem trazido muitas questões polêmicas na sua exploração e produção. A primeira por causa das emissões de gás carbônico, gases de nitrogênio e de enxofre (responsáveis pelas chuvas ácidas), pois liberam a indesejada fuligem da palha queimada (que contém substâncias cancerígenas) e provocam perdas significativas de nutrientes para as plantas e facilitam o aparecimento de ervas daninhas e a erosão, devido à redução da proteção do solo.
Há problemas também nos efluentes do processo industrial da cana de açúcar, os quais devem ser tratados e se possível reaproveitados na forma de fertilizantes. Sem o devido tratamento, os efluentes lançados nos rios comprometem a sobrevivência de diversos seres aquáticos e até mesmo os terrestres (através da mortandade de peixes, alimentação básica da classe mais baixa da população), quando usados como fertilizantes, os efluentes não tratados contaminam os lençóis freáticos e afetam os seres terrestres. 
Existem diversas utilizações para o álcool etílico como: produção de bebidas alcoólicas, aplicações na indústria química e farmacêutica, combustível veicular e a produção de energia elétrica. Como combustível para automóveis, o álcool tem a vantagem de ser uma fonte de energia renovável e menos poluidora que os derivados do petróleo, o que possibilitou o desenvolvimento de uma tecnologia 100% nacional, o PROÁLCOOL.
O Proálcool é um programa nacional de substituição de petróleo por energia renovável. O álcool é também menos inflamável e menos tóxico que a gasolina e o diesel. 
Porém os desafios ambientais ainda são uma constante o que faz do etanol um pequeno vilão do meio ambiente, mas é a energia renovável mais rentável no momento, isto por ser barata, uma vez que os processos do biodiesel ainda estão tentando alcançar sua maturidade, além de menos poluente que os combustíveis fósseis. Há a necessidade que as mentes estejam mais abertas para este fato, pois a utilização do etanol é benéfica tanto para o consumidor que paga menos quanto para o meio ambiente.

HEHEHE

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

ONU confirma que 2010 foi ano mais quente, empatando com 2005 e 1998


Temperatura foi 0,53°C maior que a média do período entre 1961 e 1990.
Os dez anos mais quentes já registrados estão entre 1998 e 2010.

France Presse
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à ONU, informou nesta quinta-feira (20) em Genebra que 2010 foi o ano mais quente desde que há registros, junto com 2005 e 1998, o que confirma uma tendência "significativa" de aquecimento do planeta a longo prazo.
A tendência também contribuiu para um derretimento ainda maior do gelo no Oceano Artico, cujas geleiras caíram a níveis recorde em dezembro.
Segundo a OMM, em 2010 a temperatura foi 0,53°C maior que a média do período entre 1961 e 1990. O valor é 0,01°C maior que a temperatura de 2005, e 0.02°C maior que 1998, mas a diferença entre esses anos é menor que a margem de erro, de 0,09°C para cima ou para baixo.
"Os dados de 2010 confirmam uma tendência significativa de aquecimento da Terra a longo prazo", afirmou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud. Ele também assinalou que os dez anos mais quentes desde que existem estatísticas a respeito ocorreram a partir de 1998.
As estatístiacs da OMM são baseadas nos dados da Unidade de Pesquisa Climática da Grã-Bretanha, do Centro Nacional de Dados Climáticos (NCDC) dos EUA e da Nasa.

Desastres climáticos levam à falta de água e comida no mundo



 Teresópolis perdeu 80% da produção agrícola com chuvas no Rio.

Representante da ONU para mudança no clima prevê inflação de alimentos.

Do Globo Natureza, com informações do Bom Dia Brasil
O aquecimento do planeta, chuvas além do normal no Brasil e em outros continentes e desastres naturais revelam um reflexo preocupante das mudanças climáticas: falta de água e comida para milhões de pessoas.Nos últimos anos, têm sido cada vez mais frequentes protestos isolados por causa do preço dos alimentos. Especialista em agronegócios, o britânico Richard Warburton diz que a guerra do futuro pode ser para conseguir água e comida e não, como se pensava, a disputa por petróleo e territórios.Em Nova York, nos Estados Unidos, as Nações Unidas estudam os efeitos do aquecimento global. As pesquisas indicam uma reação em cascata. As mudanças climáticas afetam a produção agropecuária. Com isso, a oferta diminui e os preços dos alimentos disparamEm Teresópolis, no Rio de Janeiro, as chuvas destruíram 80% da produção agrícola. O Quênia acaba de enfrentar a terceira pior estiagem em mais de uma década. Nessa época do ano, era para o capim estar verde e alto, mas os produtores locais reclamam que perderam centenas de cabeças de gado porque não havia o que comer.Mesmo em países onde o clima é favorável à agricultura, os efeitos do aquecimento global são sentidos pelos produtores. Os recursos naturais estão diminuindo e a explosão da população mundial indica que o problema pode se agravar nas próximas décadas.O chefe do painel da ONU sobre mudanças climáticas, Rajendra Pachauri, prevê um futuro sombrio. “Inicialmente os preços vão subir. Depois haverá escassez de produtos no mundo”, disse ele. As fontes naturais para produção de alimentos estão sob ameaça. Do petróleo também se tira o plástico usado para processar e empacotar a comida.A alternativa, o biocombustível, ainda provoca polêmica. Nos Estados Unidos, a estimativa é de que um terço do plantio de milho seja usado para produzir etanol. O risco é que a produção de biocombustível consuma o que poderia servir de comida e inflacione o preço dos alimentos.A falta de água também preocupa. Mais de um bilhão de pessoas não têm acesso à água limpa, e o consumo deve dobrar nos próximos 20 anos. Em Punjab, na Índia, o uso da água para irrigar plantações de trigo secou parte dos rios. Os fazendeiros antes cavavam poços rasos e logo encontravam água. Agora estão se endividando para comprar equipamentos que consigam perfurar poços profundos. Nem assim têm encontrado água. Os recursos naturais são limitados.A população do mundo dobrou nos últimos 40 anos para quase sete bilhões de pessoas. Especialistas alertam que, usando as técnicas atuais de agricultura, não vamos conseguir produzir para tanta gente. Em 2050, precisaremos ter o dobro da quantidade de comida que é produzida agora. É como se criássemos uma fazenda do tamanho do Brasil apenas para alimentar a nova população mundial.
Nos mares e rios, as previsões também são pessimistas. A pesca predatória está levando peixes e mariscos à extinção. Especialistas acreditam que os estoques acabariam a partir de 2048. “Precisamos mudar nossos hábitos alimentares. A quantidade de comida consumida em países ricos não é sustentável, e o consumo em países em desenvolvimento vai continuar aumentando”, diz Pachauri.

Depois das enchentes no Rio de Janeiro, animais desabrigados e famintos também necessitam de muita ajuda




Veterinários, voluntários e especialistas organizam ação para ajudar os inúmeros animais que ficaram desabrigados nas ruas do Rio do Janeiro. Os voluntários orientam a população a doar cloro, antibióticos, anestésicos, anti-inflamatórios e antipulgas, além de ração para animais de diversos portes e espécies, principalmente gatos e cães.
Alguns canis foram totalmente destruídos e vários animais morreram. A WSPA conseguiu doações de empresas e laboratórios que soma uma tonelada de ração para cães e gatos e um lote de vacinas para prevenção de raiva e leptospirose.
A médica veterinária Amélia de Oliveira, que viaja ao local na segunda-feira, alerta sobre o problema:
- Há riscos de doenças como infecções bacterianas, viral e contaminação da água por causa de animais em decomposição. Outra preocupação é o risco da aparição de casos de raiva”.
Além dos animais domésticos, muitos bichos em chácaras também foram gravemente prejudicados.
Saiba como doar
Quem está em São Paulo pode fazer sua doação.
Um dos postos de arrecadação funciona das 9h às 21h na Rua Marcos Portugal, 224,  bairro Ipiranga. O endereço fica próximo à estação Sacomã do metrô.
Informações pelos telefones (11) 5062-8522, 2592-2645 e pelos celulares 8778-1792 ou 82989261.
Doações para quem está no Rio de Janeiro
Profissionais também organizaram pontos de doação no Rio de Janeiro. Confira a relação de alguns endereços e faça sua doação:
GAPA – Grupo de Assistência e Proteção aos Animais Itaipava
(24)  2222-8419
Flamengo: Rua Correa Dutra, 99 loja 5 (Distribuidora Costa Leivas)
Meier: Carla Bello – (21) 8829-9026
Copacabana: Lojas Bicho Bacana – Rua Santa Clara, 110 e Rua Paula Freitas, 61
Botafogo: Patas & Penas – Rua Voluntários da Pátria, 374
Urca: Patas & Penas – Rua Marechal Cantuária, 70 – loja b
Norte: Patas & Penas – Rua Dom Hélder Câmara, 1º piso
Gávea: Loja Pet Gávea – Rua Marquês de São Vicente, 7
Barra da Tijuca – Loja Aquário Pet Barra – Av. Ayrton Senna, 3383 – loja 149
Para a população de outras cidades ou estados, é possível fazer doações em dinheiro para a WSPA:
Defensores dos Animais
Banco Bradesco
Agência 279-8
Conta-poupança: 172813-0
fonte: R7.com

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

descontração , conscientização



esqueçer os culpados no momento e dar valor a vida , valeu demian pela iniciativa


We are in mourning.
The loss is immeasurable for all and irreparable harm to many.
The Brazilian people are a warrior people.
Winning and losing is in our DNA, in our day to day.
As an academy struggles to forge not just winners, but humans fighters, We join with those who were defeated with no chance to defend himself.
It's the least we can do at the moment on such pain.
Who wants to donate clothes or simply send a letter to families who are suffering, can bring that we'll send to the Civil Defense.
Upon defeat, there will come the power that would warrant the next victories.
This is just another fight for those who survived.
And in a big city or small, we all are surviving day to day.
Failure to rescue is a crime. Omission of solidarity is inhumane!

Biorremediação: ato de remediar


É claro que é preferível prevenir do que remediar, mas é sempre bom estar preparado para reverter ou pelo menos mitigar danos causados ao meio ambiente, este é o objetivo da Biorremediação, consiste na utilização de seres vivos ou seus componentes na recuperação de áreas contaminadas. Geralmente são processos que empregam microrganismos ou suas enzimas para degradar compostos poluentes. A Biorremediação: ato de remediar, foi desenvolvida durante as décadas de 1980 e 1990. Atualmente, essas técnicas têm sido empregadas para a atenuação da poluição ambiental causada por atividades de mineração e eliminação de efluentes tóxicos e pela extração, transporte e transformações químicas do petróleo, buscando recuperar águas ou solos contaminados.

Na atenuação natural a possibilidade de saturação do solo é muito ampla em se tratando de Hidrocarbonetos, portanto é bem provável que se utilize outras substâncias. As substâncias inorgânicas são nocivas ao meio ambiente, contaminando o subsolo com outros componentes que não existiram anteriormente. Na Biorremediação usa-se microrganismos, fungos, plantas, algas verdes ou suas enzimas para que o ambiente contaminado retorne a sua condição original, podendo ser empregada para atacar contaminantes específicos no solo e águas subterrâneas, tais como a degradação de hidrocarbonetos do petróleo e compostos orgânicos clorados pelas bactérias. Um exemplo mais geral é a limpeza de derramamentos do óleo pela adição dos fertilizantes de nitrato ou de sulfato para facilitar a decomposição do óleo pelas bactérias presentes no meio.
Quando comparadas com métodos tradicionais, as técnicas de biorremediação são interessantes devido ao seu baixo custo, por apresentarem riscos ambientais menores, além de serem mais específicas e eficientes do que métodos tradicionais. Por este motivo a biorremediação, tratamento de efluentes através da utilização de OGMs – organismos geneticamente modificados , sejam as áreas mais promissoras da  Biotecnologia pela relevância ambiental.

Jiboia é capturada com os filhotes em empresa no interior de SP

Os reptéis estavam perto do refeitório.
Eles foram capturados pela Polícia Ambiental de Sorocaba.

Do G1 SP, com informações da TVTEM.Com
Jiboia e 17 filhotes são encontrados perto de refeitório de empresa em SorocabaJiboia e filhotes são capturados pela Polícia Ambiental de Sorocaba (Foto: Gustavo Ferrari/ TVTEM.Com)
Uma jiboia, medindo mais de um metro de comprimento, foi capturada na tarde desta terça-feira (18) por policiais ambientais de Sorocaba, a 99 km de São Paulo. O animal estava em um buraco com seus 17 filhotes, perto do refeitório de uma empresa.
Os répteis foram levados à sede da Polícia Ambiental. Os bichos estavam calmos e a captura ocorreu sem problemas.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Diretor geral da Águas do Brasil, responsável pelo abastecimento em Friburgo: A gente passa a repensar como o ser humano está tratando a natureza


Trabalhadores da Águas de Friburgo. Foto: divulgação


RIO - Seis estações de tratamento de água entupidas pela lama, por pedras e galhos de árvore, energia elétrica cortada e milhares de pessoas em meio ao caos. Essa foi a situação que o engenheiro civil Cláudio Abduche encontrou na quarta-feira passada em Friburgo, de onde retornou no domingo.
- Parecia que uma grande tsunami havia passado pelo lugar. Nunca vivenciei nada parecido -, diz ele, que, com 27 anos de profissão, participou de obras de grande porte, como a construção da Linha Vermelha.
Abduche é diretor geral da Águas do Brasil, que tem entre suas concessionárias a Águas de Friburgo. Para enfrentar a situação, a empresa montou uma operação de emergência, ampliando de 280 para 400 o número de profissionais atuando na região. Funcionários de Campos, Resende, Niterói e Petrópolis, e até o departamento de Recursos Humanos. foram deslocados para Friburgo.
A logística para manter o pessoal no município incluiu o aluguel de uma pousada - já que o alojamento da empresa não é suficiente - e a viagem diária até Niterói para a compra de alimentos. As refeições estão sendo preparadas na cozinha da empresa, onde há um refeitório.
Um dos momentos mais críticos para as equipes da concessionária - que teve um de seus funcionários entre os mortos pela enxurrada - foi a tentativa de chegar até a estação de Rio Grande de Cima, a maior delas, localizada no bairro São Geraldo.
- Ali, a estrada desapareceu após a queda de várias barreiras. Tivemos de refazer a estrada - conta o executivo.
Vontade de ajudarAssim como o cenário desolador, também chamou a atenção do engenheiro nos últimos dias a mobilização popular para socorrer as famílias desabrigadas.
- O voluntariado, essa vontade de ajudar as pessoas em dificuldade, me impressionou muito. Toda essa situação também faz pensar sobre como o ser humano está tratando a natureza - destaca.
Os técnicos, mesmo sem querer, também acabam sendo voluntários, quando ouvem os relatos dos desabrigados enquanto fazem seu trabalho.
- Acho importante fazer com que essas pessoas (as vítimas) falem sobre o que estão passando - diz Abduche, que defende a criação no país de "mecanismos que possam minimizar essas tragédias".

O preço de não escutar a natureza

O cataclisma ambiental, social e humano que se abateu sobre as três cidades serranas do Estado do Rio de Janeiro, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, na segunda semana de janeiro, com centenas de mortos, destruição de regiões inteiras e um incomensurável sofrimento dos que perderam familiares, casas e todos os haveres tem como causa mais imediata as chuvas torrenciais, próprias do verão, a configuração geofísica das montanhas, com pouca capa de solo sobre o qual cresce exuberante floresta subtropical, assentada sobre imensas rochas lisas que por causa da infiltração das águas e o peso da vegetação provocam frequentemente deslizamentos fatais.
Culpam-se pessoas que ocuparam áreas de risco, incriminam-se políticos corruptos que destribuíram terrenos perigosos a pobres, critica-se o poder público que se mostrou leniente e não fez obras de prevenção, por não serem visíveis e não angariarem votos.
Nisso tudo há muita verdade. Mas nisso não reside a causa principal desta tragédia avassaladora.
A causa principal deriva do modo como costumamos tratar a natureza. Ela é generosa para conosco pois nos oferece tudo o que precisamos para viver.
Mas nós, em contrapartida, a consideramos como um objeto qualquer, entregue ao nosso bel-prazer, sem nenhum sentido de responsabilidade pela sua preservação nem lhe damos alguma retribuição.
Ao contrario, tratamo-la com violência, depredamo-la, arrancando tudo o que podemos dela para nosso benefício. E ainda a transformamos numa imensa lixeira de nossos dejetos.
Pior ainda: nós não conhecemos sua natureza e sua história. Somos analfabetos e ignorantes da história que se realizou nos nossos lugares no percurso de milhares e milhares de anos. Não nos preocupamos em conhecer a flora e a fauna, as montanhas, os rios, as paisagens, as pessoas significativas que ai viveram, artistas, poetas, governantes, sábios e construtores.
Somos, em grande parte, ainda devedores do espírito científico moderno que identifica a realidade com seus aspectos meramente materiais e mecanicistas sem incluir nela, a vida, a consciência e a comunhão íntima com as coisas que os poetas, músicos e artistas nos evocam em suas magníficas obras.
O universo e a natureza possuem história. Ela está sendo contada pelas estrelas, pela Terra, pelo afloramento e elevação das montanhas, pelos animais, pelas florestas e pelos rios. Nossa tarefa é saber escutar e interpretar as mensagens que eles nos mandam.
Os povos originários sabiam captar cada movimento das nuvens, o sentido dos ventos e sabiam quando vinham ou não trombas d’água.
Chico Mendes com quem participei de longas penetrações na floresta amazônica do Acre sabia interpretar cada ruído da selva, ler sinais da passagem de onças nas folhas do chão e, com o ouvido colado ao chão, sabia a direção em que ia a manada de perigosos porcos selvagens.
Nós desaprendemos tudo isso. Com o recurso das ciências lemos a história inscrita nas camadas de cada ser. Mas esse conhecimento não entrou nos currículos escolares nem se transformou em cultura geral. Antes, virou técnica para dominar a natureza e acumular.
No caso das cidades serranas: é natural que haja chuvas torrenciais no verão. Sempre podem ocorrer desmoronamentos de encostas.
Sabemos que já se instalou o aquecimento global que torna os eventos extremos mais freqüentes e mais densos. Conhecemos os vales profundos e os riachos que correm neles.
Mas não escutamos a mensagem que eles nos enviam que é: não construir casas nas encostas; não morar perto do rio e preservar zelosamente a mata ciliar.
O rio possui dois leitos: um normal, menor, pelo qual fluem as águas correntes e outro maior que dá vazão às grandes águas das chuvas torrenciais. Nesta parte não se pode construir e morar.
Estamos pagando alto preço pelo nosso descaso e pela dizimação da mata atlântica que equilibrava o regime das chuvas. O que se impõe agora é escutar a natureza e fazer obras preventivas que respeitem o modo de ser de cada encosta, de cada vale e de cada rio.
Só controlamos a natureza na medida em que lhe obedecemos e soubermos escutar suas mensagens e ler seus sinais. Caso contrário teremos que contar com tragédias fatais evitáveis.

Leonardo Boff com Mark Hathway escreveram The Tao of Liberation:exploring the ecology os transformation, N.Y.2010.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Chuva é a última a ser culpada, diz cientista


O Brasil tem especialistas e tecnologia para prevenção e gestão de enchentes, mas falta vontade política, diz a epidemiologista belga Debarati Guha-Sapir, diretora do Cred (Centro de Pesquisas sobre Epidemiologia de Desastres), referência mundial na área, e professora da Universidade de Louvain, em Bruxelas. Para ela, as chuvas não devem ser culpadas pela tragédia no Rio. "Também tivemos chuvas fortes na Bélgica, mas ninguém morreu."
 A entrevista é de Sabine Righetti e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 15-01-2011.
Eis a entrevista.
A sra. disse recentemente que os desastres causados por chuvas no Brasil poderiam ter sido previstos pelas autoridades. Como isso seria feito?
Toda catástrofe tem, diríamos, dois lados positivos. Primeiro, tendem a acontecer no mesmo lugar de tempos em tempos - diferentemente dos terremotos, que sempre pegam de surpresa. Zonas de risco de inundação costumam ser bem conhecidas por autoridades e moradores.
Segundo: a engenharia e a tecnologia já têm soluções eficazes para inundações. E muitas têm custos relativamente baixos, como aterros e drenagem. Outras são mais caras, como os açudes. Mas todas são eficientes.
Temos tecnologia suficiente?
O Brasil não é mais um país pobre. A maioria das tecnologias importantes para prevenção e administração de enchentes -da engenharia civil, hidrologia, urbanismo e planejamento e gestão de inundações- não precisa só de conhecimento técnico, mas de recursos.
Isso significa que é preciso ter pessoas especializadas e equipamentos adequados para as ações de prevenção. A única coisa que falta ao Brasil é vontade política. As autoridades precisam priorizar a gestão de inundações. O problema não é falta de especialistas ou de tecnologia. Alguns dos melhores profissionais estão no Brasil.
Então, mais pessoas morreram no Brasil do que na Austrália por falta de ações de prevenção do governo?
Sim. Isso ocorreu devido à falta de preparo e prevenção para lidar com as fortes chuvas. O Brasil, ainda que não seja um país pobre, ainda tem muitas diferenças sociais entre a parte mais pobre e a mais rica da sua população.
Quem vive nas zonas de riscos são pobres, muitas vezes analfabetos. Eles não têm uma educação mínima para compreender os riscos nem recursos financeiros para viver em casas melhores.
Na Austrália, toda a população é alfabetizada e o governo tem programas para atender as vítimas, para fazer avisos de riscos via rádio e para ajudar a população a evacuar, se necessário.
A tragédia no Rio afetou também áreas ricas, onde viviam pessoas com mais educação.
Elas provavelmente não devem ter ideia dos riscos, mas, se forem pobres, não há muito que possam fazer para evitar o riscos. Então o governo tem de ajudar.
O desastre no Rio foi causado pela urbanização caótica, por omissão do governo sobre os riscos ou pelas chuvas fortes? Ou pela soma de fatores?
A chuva forte é o último fator a ser mencionado. Tivemos chuvas fortes na Bélgica neste ano e, sim, tivemos inundações. Mas ninguém morreu e, na maioria dos casos, as cheias foram contidas.
O principal problema do Rio certamente é a urbanização caótica e o mal uso dos recursos públicos.
Para ler mais:
•     ''Brasil não é Bangladesh. Não tem desculpa'', afirma consultora da ONU

Rio foi alertado em 2008 sobre risco de desastre em região onde 547 já morreram

Um estudo encomendado pelo próprio Estado do Rio de Janeiro já alertava, desde novembro de 2008, sobre o risco de uma tragédia na região serrana fluminense -como a que ocorreu na última segunda-feira e que já deixou ao menos 547 mortos.
A reportagem é de Evandro Spinelli e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 15-01-2011.
A situação mais grave, segundo o relatório, era exatamente em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, os municípios mais devastados pelas chuvas e que registram o maior número de mortes. Essas cidades tiveram, historicamente, o maior número de deslizamentos de terra.
O estudo apontou a necessidade do mapeamento de áreas de risco e sugeriu medidas como a recuperação da vegetação, principalmente em Nova Friburgo, que tem maior extensão de florestas.
O estudo apontou que Petrópolis e Teresópolis convivem com vários fatores de risco diferentes - boa parte da área urbana em montanhas e planícies fluviais - e podem ser atingidas por desastres "capazes de gerar efeitos de grande magnitude".
Sobre Nova Friburgo, o documento relata que boa parte de sua população vive em áreas de risco. A cidade registra um dos maiores volumes de chuva do Estado do Rio.
O secretário do Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse que o mapeamento de áreas de risco foi feito, faltando "apenas" a retirada dos moradores, e que os parques florestais da região também foram ampliados.
O governo do Rio gastou dez vezes mais em socorro a desastres do que em prevenção em 2010. Foram R$ 8 milhões para contenção de encostas e repasses às prefeituras contra R$ 80 milhões para reconstrução.
O mesmo acontece com o governo federal, que gastou 14 vezes mais com reconstrução do que com prevenção. Neste ano, a União já liberou R$ 780 milhões para ajudar locais atingidos por enchentes e recuperar rodovias.
ESTUDO
O estudo feito a pedido do governo do Estado em 2008 não apontou os locais exatos de risco de deslizamentos, mas levantou as cidades com maior número de desastres naturais entre 2000 e 2007 e os níveis de ocupação.
A geógrafa Ana Luiza Coelho Netto, professora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e coordenadora do trabalho, disse que o estudo tinha o objetivo de apontar regiões vulneráveis. Por isso, afirmou, não foi possível detalhar os pontos exatos de risco aos moradores. "A partir do estudo poderiam ter feito um detalhamento maior nas áreas mais problematizadas."
Ontem, em mais uma cidade apontada no relatório, Sumidouro, moradores contabilizavam os mortos. No município, com quase 90% de sua área na margem do rio, pelo menos 19 pessoas morreram. Segundo moradores, corpos foram retirados e enterrados por eles devido ao isolamento da região, que dificulta o resgate.
""Se não encontrarem meu filho, eu passo o resto da minha vida tirando aquela lama de lá", diz a lavradora Patrícia dos Santos, 24, que conseguiu escapar a tempo do desabamento de sua casa.

 
Japão e Chile dão ''banho'' no Brasil em prevenção



O Brasil, revelam números da ONU, é uma grande prova de que ser "abençoado" pela natureza, bem longe de terremotos, furacões e vulcões, não significa menos mortes em desastres naturais.
A reportagem é de Ricardo Mioto e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 15-01-2011.
Sem contar o caso do Rio, o país teve mais de mil outras mortes nos últimos dez anos por tragédias naturais, praticamente todas em inundações ou deslizamentos.
Para comparar, países em partes mais azaradas do mundo, como Japão e Chile, deram um banho no Brasil em prevenção de tragédias.
Ainda que vulneráveis a terremotos e, no caso japonês, a tempestades, eles tiveram, respectivamente, 700 e 600 mortes na década.
É por isso que os especialistas são unânimes em dizer que o que faz um evento natural virar tragédia é o quanto se está preparado para ele, mais do que sua intensidade.
Por isso, pelos dados da ONU, o Haiti teve 230 mil mortos no terremoto de 2010. "Em 1992, tivemos na Califórnia um terremoto similar. Houve feridos, mas ninguém morreu, pois as construções ficaram em pé", diz Lisa Grant, da Universidade da Califórnia.

 
Mata, arrasa e leva embora



É a lama, é a lama. Poço Fundo, o sítio da família de Tom Jobim na pequena São José do Vale do Rio Preto, RJ, também foi parcialmente destruído pelas enchentes da região serrana. O rio que dá nome à cidade transbordou e arrastou casas, árvores e animais às suas margens, inclusive na propriedade que foi inspiração e cenário de, entre tantas canções de Tom, "Águas de Março" (1972).
O comentário é de Ruy Castro, escritor, e publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, 15-01-2011.
A letra do samba está cheia de imagens proféticas: é pau, é pedra, é o fim do caminho; é a chuva chovendo, é o fundo do poço, é a noite, é a morte; no rosto o desgosto, é um pouco sozinho - embora, na origem, o poeta estivesse descrevendo as águas que, fechando o verão, lavavam a alma e eram uma promessa de vida no coração do ouvinte.
Mais cruel ainda é saber que o delicioso "riachinho de água esperta", da letra de "Chovendo na Roseira" (1970), também se tomou de fúria destruidora ao se lançar no vasto rio de águas (não mais) calmas. E, em vez da "chuva boa,/ criadeira,/ que molha a terra,/ que enche o rio,/ que lava o céu,/ que traz o azul", veio aquela que, com a ajuda da imprevidência humana, mata, arrasa e leva embora.
Tom via a chuva como uma força benigna, regeneradora. Outro exemplo está na letra de "Correnteza" (1975), dele com Luiz Bonfá: "Depois da chuva passada/ Céu azul se apresentou/ Lá à beira da estrada/ Vem vindo o meu amor...". Não que ele desprezasse a força da natureza quando provocada: "Cadê meu caminho, a água levou/ Cadê meu rastro, a chuva apagou/ E a minha casa, o rio carregou", escreveu em "Passarim" (1985).
Tom bem que fez a sua parte. Ao assumir a direção do sítio, cerca de 1970, propôs-se a ressuscitar a mata nativa da região, praticamente destruída. Quase metade dela se recuperou. Mas não houve tempo para que aquela terra, tão rica de música e poesia, se salvasse da correnteza cega e surda.

 
Mais de 3 mil km2 de florestas estão em risco na Amazônia, diz estudo   

Entre agosto de 2010 e julho de 2011 a Amazônia pode perder, pelo menos, 3.700 quilômetros quadrados de floresta, segundo o Boletim de Risco de Desmatamento, publicado pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
A notícia é de Amazonia.org.br, 14-01-2011.
Segundo o documento, a maior parte das florestas sob risco de desmatamento concentra-se no Pará (67%) e Mato Grosso (13%).  As áreas com maior probabilidade de desmatamento concentram-se principalmente ao longo da BR-163 (Rodovia Cuiabá- Santarém), BR-230 (Rodovia Transamazônica) e na região da Terra do Meio (PA).  Outras regiões de concentração estão localizadas no sudeste do Acre, norte de Rondônia e noroeste do Mato Grosso.
Áreas privadas, devolutas ou em conflitos por posse concentraram 59% dessas áreas, enquanto que outros 25% estão dentro de assentamentos de reforma agrária.  As Unidades de Conservação e Terras Indígenas concentram 12% e 4% das áreas sob risco de desmatamento, respectivamente.
O Boletim também elencou os municípios que possuem alto risco de desmatamento.  São Félix do Xingu, Altamira e Novo Progresso, todos no Estado do Pará, são os três municípios com maior área sob risco de desmatamento, acumulando 22,6% do total.
Para desenvolver a pesquisa o Imazon desenvolveu um modelo de risco de desmatamento baseado em técnicas geoestatísticas, que permitem estimar o risco de desmatamento futuro com base na distribuição espacial do desmatamento passado, e fatores que contribuem para a ocorrência do desmatamento, como a proximidade de estradas e rios navegáveis, custo de transporte de madeira, topografia, elevação de terreno, declividade e existência ou não de unidades de conservação.
Veja o relatório "Risco de Desmatamento - Janeiro de 2011"

Casca de banana pode despoluir água


“Yes, nós temos banana!” Engana-se quem pensa que esta fruta tropical serve apenas para matar a fome e é rica em potássio e fibras. A casca da banana, esnobada por muitos, tem um valor inimaginável.
Um projeto da doutoranda da Ufscar (Universidade Federal De São Carlos, no interior de São Paulo) Milena Boniolo demonstra que a partir de um pó feito com a casca da fruta, é possível descontaminar água com metais pesados.
Boniolo teve a ideia após assistir uma reportagem sobre o desperdício da fruta no Brasil. “Só na Grande São Paulo, quase quatro toneladas de cascas de banana são desperdiçadas por semana. E isso é apenas nos restaurantes”, diz em entrevista para a Folha.com.
A pesquisadora já trabalhava com estratégias de despoluição da água, porém todos os métodos sempre foram muito caros, como as nanopartículas magnéticas, inviabilizando o uso em pequenas e médias indústrias.
Como a casca da banana tem pouco interesse comercial, existem empresas dispostas a até doá-las. “O volume de sobras de banana é muito grande, as empresas têm gastos para descartar adequadamente esse material. Isso é um incentivo para que elas participem das pesquisas”, afirma Boniolo.
O método de despoluição se baseia no seguinte princípio: os opostos se atraem, pois na casca da banana existe grande quantidade de moléculas carregadas com carga negativa. Elas atraem os metais pesados, positivamente carregados.
Eu comecei fazendo em casa. É realmente muito fácil“, diz a pesquisadora. As cascas de banana são colocadas em assadeiras e ficam secando ao sol durante quase uma semana. O material é triturado e, depois, passa por uma peneira especial. Isso garante que as partículas sejam uniformes. O resultado é um pó extremamente fino, que é adicionado à água contaminada. Para cada 100 ml a serem despoluídos, usa-se cerca de 5 mg do pó de banana.
Já em laboratório, o índice de descontaminação foi de 65% a cada vez que a água passava pelo processo. Logo, se for colocado em prática repetidas vezes, é possível chegar a altos níveis de “limpeza”.
O projeto, que foi apresentado na dissertação de mestrado da pesquisadora no Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), foi pensado com urânio, mas, segundo Boniolo, é eficaz também com outros metais, como cádmio, chumbo e níquel, muito usados na indústria.
Boniolo ganhou o Prêmio Jovem Cientista e recebeu convite para apresentar a ideia no Brasil e na Inglaterra.

2011 o Ano Internacional das Florestas

O ano de 2011 foi escolhido pela ONU para ser o Ano Internacional das Florestas.  O objetivo é sensibilizar a sociedade mundial para a importância da preservação das florestas como forma de garantir a vida no planeta. Segundo dados do PNUMA, publicados no site Planeta Sustentável, as florestas representam 31% da cobertura terrestre do planeta, servindo de abrigo para 300 milhões de pessoas de todo o mundo e, ainda, garantindo, de forma direta, a sobrevivência de 1,6 bilhões de seres humanos e 80% da biodiversidade terrestre.
Durante a COP-16, no final do ano passado, foram aprofundadas as discussões sobre o REDD, mecanismo que fomenta a redução de emissões por desmatamento e degradação, garantindo assim novas formas de proteção e preservação florestal.
Para celebrar o Ano Internacional das Florestas, a ONU realizará eventos em parceria com diversos países durante todo o ano de 2011. Entre os eventos já programados, está o International Forest Film Festival, que será realizado em fevereiro, na cidade de Nova Iorque. Outras ações poderão ser acompanhadas no site oficial da iniciativa.
No Brasil, o Ano Internacional das Florestas poderá ser comemorado com a aprovação do novo Código Florestal e do Projeto de Lei Complementar nº 01/2010, que regulamenta o artigo 23 da Constituição.
O projeto do novo Código Florestal prevê redução das áreas de preservação permanente (APPs), como matas ciliares e topos de morro, e as reservas legais (RLs), que são partes de propriedades privadas que não podem ser desmatadas.
Atualmente, as APPs nas margens de rios são de 30 metros; no novo Código seriam reduzidas para 15 metros.  O projeto também propõe a isenção de reserva legal para a agricultura familiar e o desconto de até quatro módulos fiscais para o cálculo da reserva em médias e grandes propriedades.
Já o Projeto de Lei Complementar nº 01/2010, com texto original do deputado Sarney Filho (PV-MA), mas com fortes modificações da bancada governista e ruralista, retira do IBAMA seu poder de fiscalização. Segundo emenda acrescentada no projeto, a fiscalização ambiental só poderá ser feita pela esfera licenciadora. Desta forma, somente o Estado poderá multar quem desmatar ilegalmente ou legalmente.
Vamos torcer e lutar para que estes “eventos” não sejam realmente realizados aqui no Brasil. Seria uma derrota tanto para o país, quanto para o mundo se a legislação ambiental brasileira fosse exterminada desta forma, ainda mais sendo este o Ano Internacional das Florestas. Discussões e celebrações são sempre bem-vindas, mas objetivando a sensibilização e a preservação, nunca a destruição.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Sejam bem vindos

Construi esse blog com o intuito de informar , divertir e fazer com que os meus alunos e todo o pessoal interresado na biologia , na ciência que estuda a vida , possam interagir , tirar duvidas, brincar e aprender , e fica aqui as boas vindas do professor , amigo , educador , Léo Santana , pra começar a brincadeira fica essa tirinha que trata com humor a questão do evolucionismo vs criacionismo , com Charles Darwin e Deus ,espero que gostem , abraço galera