Tem alguém aí?
Astrobiólogos estudam origem da vida na Terra para entender se ela pode existir em outros astros
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Uma das estrelas do evento foi a bióloga norte-americana Janet Louise Siefert, da Universidade de Rice (EUA), especialista no estudo da evolução de biomoléculas, que proferiu uma conferência sobre a origem da vida.
Janet explica que, antes de nos indagarmos sobre a existência de vida extraterrestre, deveríamos refletir sobre a própria definição de vida. Na Terra, ela é formada a partir de átomos de carbono que, combinados com outros átomos, formam moléculas complexas, como o DNA. Mas seria possível a existência de outras formas de vida sem carbono? A bióloga afirma que não consegue imaginar outros elementos químicos capazes de atingir a complexidade de ligações químicas característica do carbono, que lhe confere maior diversidade e capacidade de mutação e evolução.
Mas ela própria não descarta a idéia. “Se formos a Marte e descobrirmos vida extraterrestre feita de carbono, proteínas e DNA, conseguiremos reconhecê-la. Mas e se existir outra forma de vida? Poderíamos ao menos identificá-la?”
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Outra pista para o entendimento da vida é o estudo de microrganismos que vivem em condições extremas de temperatura, pressão e pH, em lugares com pouca fonte de nutrientes ou até dentro de rochas. Esses organismos até poderiam sobreviver em ambientes como o de alguns planetas ou satélites conhecidos – resta saber se esses ambientes seriam capazes de originar vida, além de abrigá-la.
Esforços científicos
Para estudar a origem da vida, os astrobiólogos promovem experimentos de laboratório na busca de entender a origem e evolução de biomoléculas funcionais e dos sistemas celulares e procuram por fontes de energia que poderiam ter sido utilizadas pelas formas primitivas de vida, como as reações de oxidação e redução ou captação de energia solar. Os especialistas identificam também a natureza de compostos orgânicos dos meteoritos e amostras de asteróides e promovem simulações para interpretar o espectro das nuvens interestelares.
“Estudar como a vida se formou na Terra pode nos levar a entender se existe vida extraterrestre ou nos guiar para o caminho errado, mas atualmente é tudo o que podemos fazer”, afirmou Janet Siefert em entrevista à CH On-line .
Uma das hipóteses para o surgimento da vida – a chamada panspermia – postula que a vida terrestre seria originária do espaço. Essa teoria foi criada pelo filósofo grego pré-socrático Anaxágoras (500 a.C.-428 a.C.) e reformulada pelo médico e físico alemão Hermann Von Helmholtz (1821-1894) em 1879.
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Enquanto isso, o projeto Seti (sigla em inglês para "busca por inteligência extraterrestre") ainda procura captar, através de ondas de rádio, sinais de vida inteligente no espaço. Desde 1960, quando o astrofísico americano Frank Drake realizou os primeiros esforços fracassados de "escuta", ainda não foi detectado nenhum sinal. Mas quem sabe um dia possamos responder a todas essas perguntas com um contato imediato de segundo grau.
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