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JOGO SOBRE BIOMA !!!
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Risco de pesquisa com vírus mortal é alto demais, diz agência dos EUA
Cientistas do NSABB são contra publicação de estudo sobre gripe aviária.
Pesquisa se tornou polêmica porque pode ser usada por bioterroristas.
Do G1, em São Paulo
1 comentário
Pesquisadores do Painel Consultivo sobre Biossegurança dos Estados
Unidos (NSABB, na sigla em inglês) publicaram nesta terça-feira (31) um
artigo nas revistas “Science” e “Nature”, no qual se posicionam mais uma
vez contra a publicação dos detalhes de uma pesquisa com o vírus H5N1,
da gripe aviária, que tem alta taxa de mortalidade entre humanos.
No momento, a pesquisa está suspensa temporariamente, por iniciativa dos próprios autores. Em um artigo anterior, eles defenderam a publicação dos resultados, alegando que os benefícios desse estudo superam os riscos.
O NSABB reconhece, no artigo, os “claros benefícios” da pesquisa de Fouchier, que deixa os médicos mais preparados para combater a gripe aviária. Ainda assim, acham que não compensa publicar os resultados.
“Nós consideramos que o risco potencial é de uma magnitude
extraordinariamente alta”, diz o texto, assinado por 22 especialistas de
diferentes universidades norte-americanas.
“É uma recomendação sem precedentes para o trabalho nas ciências biológicas, e nossa análise foi conduzida com consideração cautelosa tanto dos benefícios da publicação quanto da potencial ameaça que poderia ocorrer a partir desse precedente”, afirma.
Ainda segundo o artigo, esse é um momento decisivo para a ciência e a opinião de toda a sociedade é válida. “Físicos enfrentaram uma situação similar na década de 1940 com a pesquisa com armas nucleares, e é inevitável que outras disciplinas científicas também enfrentem”, comparam os cientistas.
saiba mais
A equipe de Ron Fouchier, do centro médico Erasmus, da Holanda, estuda a
transmissão do H5N1 entre mamíferos – inclusive de pessoa para pessoa. O
NSABB teme que o conhecimento possa ser usado por bioterroristas para
espalhar o vírus mortal.No momento, a pesquisa está suspensa temporariamente, por iniciativa dos próprios autores. Em um artigo anterior, eles defenderam a publicação dos resultados, alegando que os benefícios desse estudo superam os riscos.
O NSABB reconhece, no artigo, os “claros benefícios” da pesquisa de Fouchier, que deixa os médicos mais preparados para combater a gripe aviária. Ainda assim, acham que não compensa publicar os resultados.
Nós consideramos que o risco potencial é de uma magnitude extraordinariamente alta"
Painel Consultivo sobre Biossegurança dos Estados Unidos
“É uma recomendação sem precedentes para o trabalho nas ciências biológicas, e nossa análise foi conduzida com consideração cautelosa tanto dos benefícios da publicação quanto da potencial ameaça que poderia ocorrer a partir desse precedente”, afirma.
Ainda segundo o artigo, esse é um momento decisivo para a ciência e a opinião de toda a sociedade é válida. “Físicos enfrentaram uma situação similar na década de 1940 com a pesquisa com armas nucleares, e é inevitável que outras disciplinas científicas também enfrentem”, comparam os cientistas.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
O evangelista evolucionário
Em sua coluna de novembro, Sergio Pena comenta o último livro do biólogo e divulgador britânico Richard Dawkins e elogia sua defesa da evolução como fato, e não como teoria.
Richard Dawkins, evangelista evolucionário, grande defensor e divulgador do fato da evolução (foto: Christopher G Street).
Neste ano que em que se comemoram 200 anos do nascimento de Charles Darwin (1809-1882) e 150 anos da publicação da Origem das espécies, é muito fácil cair na tentação de fazer um culto à personalidade. De fato, já discuti em uma coluna anterior o fato de que a narrativa da vida de Darwin que se tornou padrão na imprensa e na literatura popular é suspeitosamente similar à descrição da “trajetória do herói” popularizada pelo mitologista americano Joseph Campbell.
Sob esse prisma é interessante examinar a relação que há entre os escritos de Charles Darwin, na Origem e em seus livros posteriores, e a evolução tal como ela é concebida pela genética moderna. Nos últimos 150 anos, a seleção natural foi primeiro extensivamente modificada (e fortalecida) pela compatibilização com a genética mendeliana, na chamada Nova Síntese. Mais recentemente, foi enriquecida pelos avanços da genômica, passando a incluir a evolução neutralista por deriva genética como parte fundamental de seu cânone.
Metaforicamente, podemos comparar a evolução por seleção natural apresentada por Darwin a um avião equivalente ao 14-Bis de Santos Dumont (1873-1932), enquanto a evolução como conceituada hoje, lastreada em estudos diretos do DNA, seria um supersônico Concorde ou, melhor ainda, um bombardeiro Stealth.
Não chamamos a teoria da relatividade de “einsteinianismo”. Da mesma maneira, sugiro que a expressão “darwinismo”, muito usada e abusada por evolucionistas e especialmente por criacionistas, seja empregada exclusivamente para se referir ao que ele escreveu e abandonada de uma vez por todas como representação do todo da evolução.
Richard Dawkins
A evolução por seleção natural teve vários defensores e divulgadores nos últimos 150 anos. O primeiro foi Thomas Huxley (1825-1895), fundamental na propagação das idéias de Darwin, incapacitado de viajar e apregoar sua própria teoria por causa da doença que o aprisionava em sua residência rural em Kent, na Inglaterra. Por isso, Huxley recebeu o apelido de “Buldogue de Darwin”. Outro grande paladino da seleção natural no continente europeu foi o controverso Ernst Haeckel (1834-1919), ocasionalmente chamado, por analogia e origem natal, de “Dobermann de Darwin”.
Pois bem, a atual grande face pública da evolução natural é certamente o britânico Richard Dawkins (1941-). Tenho algumas restrições a Dawkins, principalmente pela sua posição ultrasselecionista. Mas é mister reconhecer o valor e a importância dessa grande figura humana. De fato, Dawkins e eu temos muito em comum: somos ambos racionalistas militantes e evolucionistas “roxos” (independentemente, nós dois sempre falamos sobre “o fato” da evolução).
Dawkins tem uma aparência patrícia, com traços finos, personalidade suave (mas podendo em segundos se tornar duro como aço) e um sotaque inglês muito bonito, exalando cultura. Sem dúvida uma bela estampa. Com o auditório totalmente lotado, assistimos a um verdadeiro show de retórica, com explicações cristalinas e exemplos cativantes sobre a evolução.
No dia seguinte, Dawkins deu outra palestra, na Academia de Ciências de Nova York, que inclusive está disponível em um podcast, no qual ele é apresentado como “evangelista da evolução” e chamado de “Rottweiler de Darwin”. Na fala – que recomendo –, ele descreve, capítulo a capítulo, as ideias centrais do seu novo livro.
O maior espetáculo da Terra
A nova obra de Dawkins hoje ocupa o 17º lugar na lista de best-sellers não-ficção do New York Times (uma lista que raramente contém livros científicos). Em um golpe de marketing, escolheu o título “O maior espetáculo da Terra”, o mesmo usado para descrever o famoso circo de P.T. Barnum (1810-1891). Mais tarde, o título foi também usado no filme de 1952 dirigido por Cecil B. DeMille.
Entretanto, não é tudo papel machê: o texto é rigorosamente científico, informativo, convincente e muito bem escrito. Em outras palavras, motivo de admiração e inveja “positiva” deste colunista. Não vou descrever o seu conteúdo, que tem recebido dezenas de resenhas apreciativas, incluindo uma, em português, do jornalista Claudio Angelo na Folha de S. Paulo.
A resenha de Wade catalisou uma carta ao editor que transcrevo aqui, pois é brilhante e resume pontos de grande importância.
A carta é do conhecido filósofo americano Philip Kitcher (1947-) , Professor da Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque. Ele escreve (minha tradução):
E o New York Times dá uma demonstração de integridade jornalística ao publicar uma carta de crítica a um de seus editores, em contraste com algumas publicações brasileiras que só divulgam cartas elogiosas.
Sergio Danilo Pena
Departamento de Bioquímica e Imunologia
Universidade Federal de Minas Gerais
Sob esse prisma é interessante examinar a relação que há entre os escritos de Charles Darwin, na Origem e em seus livros posteriores, e a evolução tal como ela é concebida pela genética moderna. Nos últimos 150 anos, a seleção natural foi primeiro extensivamente modificada (e fortalecida) pela compatibilização com a genética mendeliana, na chamada Nova Síntese. Mais recentemente, foi enriquecida pelos avanços da genômica, passando a incluir a evolução neutralista por deriva genética como parte fundamental de seu cânone.
Metaforicamente, podemos comparar a evolução por seleção natural apresentada por Darwin a um avião equivalente ao 14-Bis de Santos Dumont (1873-1932), enquanto a evolução como conceituada hoje, lastreada em estudos diretos do DNA, seria um supersônico Concorde ou, melhor ainda, um bombardeiro Stealth.
A visão moderna da evolução descende de Darwin, mas com considerável modificação
É possível dizer que a visão moderna do processo evolucionário descende de Darwin, mas com considerável modificação. Ele não pode de forma alguma ser visto como a personificação da evolução, como ocasionalmente é retratado na imprensa.Não chamamos a teoria da relatividade de “einsteinianismo”. Da mesma maneira, sugiro que a expressão “darwinismo”, muito usada e abusada por evolucionistas e especialmente por criacionistas, seja empregada exclusivamente para se referir ao que ele escreveu e abandonada de uma vez por todas como representação do todo da evolução.
Richard Dawkins
A evolução por seleção natural teve vários defensores e divulgadores nos últimos 150 anos. O primeiro foi Thomas Huxley (1825-1895), fundamental na propagação das idéias de Darwin, incapacitado de viajar e apregoar sua própria teoria por causa da doença que o aprisionava em sua residência rural em Kent, na Inglaterra. Por isso, Huxley recebeu o apelido de “Buldogue de Darwin”. Outro grande paladino da seleção natural no continente europeu foi o controverso Ernst Haeckel (1834-1919), ocasionalmente chamado, por analogia e origem natal, de “Dobermann de Darwin”.
Pois bem, a atual grande face pública da evolução natural é certamente o britânico Richard Dawkins (1941-). Tenho algumas restrições a Dawkins, principalmente pela sua posição ultrasselecionista. Mas é mister reconhecer o valor e a importância dessa grande figura humana. De fato, Dawkins e eu temos muito em comum: somos ambos racionalistas militantes e evolucionistas “roxos” (independentemente, nós dois sempre falamos sobre “o fato” da evolução).
A atual grande face pública da evolução natural é o britânico Richard Dawkins
No mês passado, em Nova Iorque, assisti a uma palestra de Dawkins, como parte da campanha de lançamento de seu novo livro The Greatest Show on Earth (“O maior espetáculo da Terra” – ver abaixo). Foi uma surpresa observar que o local – a Associação Hebraica (92Y), na esquina da rua 92 com a avenida Lexington – estava superprotegido pela polícia, presumivelmente para evitar qualquer tentativa de terrorismo. O quarteirão havia sido fechado ao tráfego e havia detectores de metal na entrada do auditório.Dawkins tem uma aparência patrícia, com traços finos, personalidade suave (mas podendo em segundos se tornar duro como aço) e um sotaque inglês muito bonito, exalando cultura. Sem dúvida uma bela estampa. Com o auditório totalmente lotado, assistimos a um verdadeiro show de retórica, com explicações cristalinas e exemplos cativantes sobre a evolução.
No dia seguinte, Dawkins deu outra palestra, na Academia de Ciências de Nova York, que inclusive está disponível em um podcast, no qual ele é apresentado como “evangelista da evolução” e chamado de “Rottweiler de Darwin”. Na fala – que recomendo –, ele descreve, capítulo a capítulo, as ideias centrais do seu novo livro.
O maior espetáculo da Terra
A nova obra de Dawkins hoje ocupa o 17º lugar na lista de best-sellers não-ficção do New York Times (uma lista que raramente contém livros científicos). Em um golpe de marketing, escolheu o título “O maior espetáculo da Terra”, o mesmo usado para descrever o famoso circo de P.T. Barnum (1810-1891). Mais tarde, o título foi também usado no filme de 1952 dirigido por Cecil B. DeMille.
Entretanto, não é tudo papel machê: o texto é rigorosamente científico, informativo, convincente e muito bem escrito. Em outras palavras, motivo de admiração e inveja “positiva” deste colunista. Não vou descrever o seu conteúdo, que tem recebido dezenas de resenhas apreciativas, incluindo uma, em português, do jornalista Claudio Angelo na Folha de S. Paulo.
O novo livro de Dawkins é rigorosamente científico, informativo, convincente e muito bem escrito
Entre as resenhas que vi, a mais peculiar foi a de Nicholas Wade, editor de ciências do New York Times. Wade decidiu implicar com o autor, embarcando em uma discussão epistemológica estéril sobre exatamente o ponto que eu mais concordo com Dawkins: a visão de que a evolução é um fato e não uma mera teoria.A resenha de Wade catalisou uma carta ao editor que transcrevo aqui, pois é brilhante e resume pontos de grande importância.
A carta é do conhecido filósofo americano Philip Kitcher (1947-) , Professor da Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque. Ele escreve (minha tradução):
Na resenha do livro The Greatest Show on Earth, Nicholas Wade acusa Richard Dawkins de um erro filosófico. De acordo com Wade, os filósofos da ciência dividem proposições científicas em três tipos — fatos, leis e teorias — e, de forma contrária às afirmativas de Dawkins, a evolução, que é simplesmente uma teoria, não pode ser considerada um fato. Entretanto, a filosofia da ciência contemporânea oferece um vocabulário muito mais vasto e detalhado para o pensamento das ciências do que é pressuposto na taxonomia supersimplificada de Wade e seus confusos palpites sobre “verdade absoluta”. Embora filósofos possam discordar de aspectos dos argumentos de Dawkins em outros tópicos, ele tem uma compreensão mais firme e sutil do que sugere a resenha de Wade.Assim, com palavras sábias e cristalinas, Kitcher, a meu ver, sacramenta irreversivelmente a evolução como fato.
O ponto crucial é que, como Dawkins corretamente percebe, a distinção entre teoria e fato, em discussões filosóficas assim como coloquialmente, pode ser estabelecida de duas maneiras diferentes. Por um lado, teorias são concebidas como sistemas gerais de explicação e predição, enquanto fatos são relatos específicos sobre processos e eventos. Por outro lado, “teoria” é usada para sugerir que há espaço para dúvidas racionais, enquanto “fato” sugere algo que é tão amplamente confirmado pela evidência que pode ser aceito sem debate.
Os oponentes da evolução se deslocam da ideia de que a evolução é uma teoria, no primeiro sentido, para concluir que é (apenas) uma teoria, no segundo. Qualquer inferência desse tipo é falaciosa, pois muitos enfoques sistemáticos de fenômenos naturais – como a compreensão de reações químicas em termos de átomos e moléculas e o estudo da hereditariedade em termos de ácidos nucleicos – são tão bem alicerçados que contam como fatos (no segundo sentido). Muitos cientistas e filósofos que já escreveram sobre evolução têm indicado que a teoria contemporânea, que descende de Darwin, tem o mesmo status – ela também deve ser considerada um “fato”. Dawkins está plenamente justificado em segui-los.”
E o New York Times dá uma demonstração de integridade jornalística ao publicar uma carta de crítica a um de seus editores, em contraste com algumas publicações brasileiras que só divulgam cartas elogiosas.
Sergio Danilo Pena
Departamento de Bioquímica e Imunologia
Universidade Federal de Minas Gerais
Evolução e religião
Colunista recorre à genômica comparada para apontar limitações e fragilidades do desenho inteligente
O painel superior mostra uma imagem de microscopia Nomarski de leveduras em cultura. O painel inferior mostra os experimentos de engenharia genética publicados por nós (clique na imagem para baixar o artigo). No lado esquerdo está mostrada uma colônia nor
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Galera começo o ano de 2012 com novas atividades no blog , e falando da Origem da vida
Tem alguém aí?
Astrobiólogos estudam origem da vida na Terra para entender se ela pode existir em outros astros
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Uma das estrelas do evento foi a bióloga norte-americana Janet Louise Siefert, da Universidade de Rice (EUA), especialista no estudo da evolução de biomoléculas, que proferiu uma conferência sobre a origem da vida.
Janet explica que, antes de nos indagarmos sobre a existência de vida extraterrestre, deveríamos refletir sobre a própria definição de vida. Na Terra, ela é formada a partir de átomos de carbono que, combinados com outros átomos, formam moléculas complexas, como o DNA. Mas seria possível a existência de outras formas de vida sem carbono? A bióloga afirma que não consegue imaginar outros elementos químicos capazes de atingir a complexidade de ligações químicas característica do carbono, que lhe confere maior diversidade e capacidade de mutação e evolução.
Mas ela própria não descarta a idéia. “Se formos a Marte e descobrirmos vida extraterrestre feita de carbono, proteínas e DNA, conseguiremos reconhecê-la. Mas e se existir outra forma de vida? Poderíamos ao menos identificá-la?”
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Outra pista para o entendimento da vida é o estudo de microrganismos que vivem em condições extremas de temperatura, pressão e pH, em lugares com pouca fonte de nutrientes ou até dentro de rochas. Esses organismos até poderiam sobreviver em ambientes como o de alguns planetas ou satélites conhecidos – resta saber se esses ambientes seriam capazes de originar vida, além de abrigá-la.
Esforços científicos
Para estudar a origem da vida, os astrobiólogos promovem experimentos de laboratório na busca de entender a origem e evolução de biomoléculas funcionais e dos sistemas celulares e procuram por fontes de energia que poderiam ter sido utilizadas pelas formas primitivas de vida, como as reações de oxidação e redução ou captação de energia solar. Os especialistas identificam também a natureza de compostos orgânicos dos meteoritos e amostras de asteróides e promovem simulações para interpretar o espectro das nuvens interestelares.
“Estudar como a vida se formou na Terra pode nos levar a entender se existe vida extraterrestre ou nos guiar para o caminho errado, mas atualmente é tudo o que podemos fazer”, afirmou Janet Siefert em entrevista à CH On-line .
Uma das hipóteses para o surgimento da vida – a chamada panspermia – postula que a vida terrestre seria originária do espaço. Essa teoria foi criada pelo filósofo grego pré-socrático Anaxágoras (500 a.C.-428 a.C.) e reformulada pelo médico e físico alemão Hermann Von Helmholtz (1821-1894) em 1879.
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Enquanto isso, o projeto Seti (sigla em inglês para "busca por inteligência extraterrestre") ainda procura captar, através de ondas de rádio, sinais de vida inteligente no espaço. Desde 1960, quando o astrofísico americano Frank Drake realizou os primeiros esforços fracassados de "escuta", ainda não foi detectado nenhum sinal. Mas quem sabe um dia possamos responder a todas essas perguntas com um contato imediato de segundo grau.
Apocalipse adiado
Planetário estreia produção própria que explica o calendário maia e mostra como poderia ser realmente o fim do mundo.
Novo filme do Planetário do Rio mostra que o calendário maia foi mal interpretado e que o mundo não está com os dias contados – embora o seu fim possa chegar a qualquer momento, com a queda de um meteoro ou outros eventos cósmicos. (imagem: Divulgação)
O mote – e a grande repercussão que vem tendo na internet – inspirou astrônomos da Fundação Planetário do Rio de Janeiro, que acaba de lançar o filme Fim do mundo. “Sabíamos que esse tema estaria na mídia este ano e acompanhamos o que se falava nas redes sociais”, conta Alexandre Cherman, astrônomo do planetário e um dos produtores do filme. “Usamos uma abordagem científica para mostrar às pessoas que isso não vai acontecer agora”, completa.
“Usamos uma abordagem científica para mostrar às pessoas que isso não vai acontecer agora”
Fim do mundo pretende provar que a profecia é um grande erro de interpretação. Para isso, explica o que é um calendário, como os maias lidavam com o tempo, suas medidas e divisões em ciclos – b’ak’tun, o ciclo mais longo, seria o responsável pelo anúncio do apocalipse. Segundo especialistas, o que está representado na pedra em que o calendário foi escrito nada mais é do que o fim de uma era e o início de outra. Algo como nosso réveillon.Para Cherman, e para a maioria dos cientistas, o mundo vai, sim, acabar, mas isso acontecerá daqui a milhões ou bilhões de anos. De acordo com o conhecimento científico atual, não existe uma razão sensata para acreditar que isso ocorrerá agora. O problema maior é que muitas pessoas confundem o fim do planeta com o desaparecimento dos seres humanos – este, sim, pode acontecer a qualquer momento, como resultado, por exemplo, de guerras nucleares ou do espalhamento das superbactérias.
O filme explica também como os dinossauros e seus contemporâneos foram dizimados, ressaltando o fato de que nosso planeta é vulnerável a acidentes como aquele e que, de certo modo, está fadado ao fim. Seja pela queda de um meteoro – como no caso dos dinossauros –, pelo apagar do Sol ou algum outro evento cósmico.
Produção nacional
Fim do mundo, em exibição na cúpula Carl Sagan do planetário, foi inteiramente produzido pelos profissionais da instituição e levou pouco mais de quatro meses para ficar pronto. “A produção foi bastante enxuta; iniciamos a elaboração do roteiro em setembro e já estreamos agora em janeiro”, comenta o astrônomo.Segundo Cherman, a cúpula Galileu Galilei é a única que não tem material produzido nacionalmente. “Adquirimos há pouco tempo um novo sistema de tecnologia digital, mas que só usamos para exibir produções internacionais, já que ainda não existe no Brasil tecnologia para isso. Esperamos tê-la o mais rápido possível.”
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